Consultório médico.
Um "bom-dia" se ouve. Mas a fila ali não era generosa.

Caras feias. Ouve-se apenas o barulho do ar e a tevê ensinando uma receita de caviar.

'-Sr. Paulo! Sr. Paulo!'. Murmura a mocinha de verde. 
Eis que o homem aparece com um pouco de demora.

Magro, caminha com dificuldade pelo corredor que leva à sala de consulta.
Pelo caminho encontra uma criança loirinha, asustada com um pirulito na boca. O velho tira um sorriso da face sem dificuldade. Tamanha simpatia fazia seus olhinhos quase fecharem.

Bate na porta e entra na sala do doutor. 
Passam-se algumas voltas no ponteiro grande do relógio da clínica.

Então a maçaneta gira e eles saem da sala. Paulo estava acompanhado de sua filha mais velha, que estampava um semblante cabisbaixo pelo diagnóstico recebido.

E o Senhor Paulo?
Ah! Era a alegria em pessoa. Esqueçera até de medir o passo na volta ao carro.

Para muitas pessoas, três meses fosse pouco tempo.
Para outros, uma Senhora vida!



09.04.10

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